A polêmica venda do prédio da antiga rodoviária de Florianópolis acaba de ser travada por tempo indeterminado. A proposta da Prefeitura, que pretendia leiloar o imóvel nos primeiros meses de 2025, está agora bloqueada por conta de uma situação inesperada: o imóvel possui dois registros de propriedade válidos — um em nome da Prefeitura e outro em nome do Governo do Estado de Santa Catarina.
A duplicidade nas matrículas — número 82.862 para o município e 97.335 para o estado — foi identificada e já levou ao bloqueio das duas inscrições pela própria titular do cartório de imóveis. A tabeliã solicitou ao juiz da Vara de Registros Públicos que resolva quem é o verdadeiro dono do terreno localizado em uma das regiões mais valorizadas da capital catarinense: a movimentada Avenida Mauro Ramos.
A situação é considerada uma verdadeira bomba por quem acompanha o tema de perto, pois muda o rumo das discussões sobre o futuro do local. A Prefeitura havia enviado um projeto de lei à Câmara de Vereadores propondo a venda do imóvel em leilão, alegando que a estrutura está deteriorada, com alto custo de manutenção, além de representar riscos para a segurança. A ideia seria usar os recursos da venda em áreas mais urgentes da cidade.
Mas os planos sofreram um revés. O processo de votação do projeto na Comissão de Orçamento foi adiado após a revelação da duplicidade nos registros. Enquanto não houver definição judicial sobre a titularidade do imóvel, a proposta de venda está travada.
Por muitos anos, o prédio da antiga rodoviária foi ocupado por comerciantes e feirantes, mesmo em meio à disputa jurídica. Recentemente, a desocupação completa abriu caminho para a discussão sobre o destino do imóvel, reacendendo o debate entre quem defende a privatização e quem quer manter o espaço com uso público.
Para o poder público municipal, o leilão poderia atrair investimentos e contribuir com a revitalização da área, integrando o imóvel ao novo momento de crescimento urbano da capital. No entanto, há quem defenda a preservação da história e a transformação do prédio em algo útil para a população, como sede da Prefeitura, centro cultural ou espaço de lazer.
O local, por estar em área central e de fácil acesso, é considerado uma joia para o mercado imobiliário, e por isso o interesse de empresários é grande. Porém, com o novo impasse jurídico, o futuro da antiga rodoviária permanece incerto.
A cidade agora acompanha de perto os próximos passos. Enquanto isso, a venda está bloqueada — e o destino desse espaço histórico de Florianópolis segue em aberto.
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