Um grupo formado por três vereadores e 35 blocos de carnaval protocolou nesta quarta-feira (15) um pedido para suspender o leilão do carnaval de rua em Florianópolis. O edital, publicado no último dia 31 de dezembro, prevê a concessão e o uso de espaços públicos para a organização, produção e promoção das festividades pelos próximos três anos. O grupo alega que o documento apresenta possíveis irregularidades e viola características culturais próprias da celebração, além de não contar com a devida consulta pública.

O que dizem os vereadores e blocos contrários
Os vereadores apontam que o edital pode causar prejuízos econômicos e culturais ao carnaval de rua da capital catarinense. Entre os principais problemas está a possibilidade de restrições à livre concorrência, já que o leilão estabelece que, no raio de um quilômetro das Arenas do Carnaval, não será permitido realizar eventos ou ações promocionais de marcas concorrentes às patrocinadoras ou à empresa vencedora.
Essa limitação, segundo o grupo, afetaria diretamente todos os blocos de rua do Centro de Florianópolis e poderia impactar até mesmo a passarela Nego Quirido. Além disso, os vereadores destacam que o edital não apresenta critérios claros para o acesso às arenas que seriam montadas, o que poderia levar à privatização de espaços públicos tradicionais da festa popular.
Para a oposição, o leilão foi estruturado sem diálogo com a população, comunidades locais, trabalhadores da cultura e representantes dos blocos e bandas de carnaval. Isso, segundo o grupo, pode gerar impactos negativos ao patrimônio cultural e ambiental de Florianópolis, já que não houve estudos prévios sobre os efeitos das instalações e alterações previstas.
Prazo para análise do pedido
A Prefeitura de Florianópolis tem até o dia 20 de janeiro para analisar o pedido de suspensão. Enquanto isso, os blocos e vereadores aguardam a decisão e seguem mobilizados contra o que consideram uma ameaça à essência democrática e popular do carnaval de rua.
O documento protocolado busca garantir que a tradição do carnaval de rua da capital seja preservada, sem interferências que possam comprometer sua acessibilidade, autenticidade cultural e participação da comunidade.
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